Há quase um século, na pequena cidade de Garibaldi/RS, Ernesto Maximiliano Barichello, filho de agricultores imigrantes italianos tomava a decisão de não seguir os passos de seu pai, estava determinado a tornar-se um “Caixeiro Viajante”, comercializando mercadorias nos poucos e distantes estabelecimentos comerciais da época. Sem dinheiro, apenas o desejo ardente, foi levado por seu pai, Antonio Luiggi Barichello, a um fabricante de chapéus de palha localizado entre Garibaldi e Bento Gonçalves. Em uma rápida conversa Luiggi expôs sua necessidade e condições solicitando, caso a empresa aprovasse, um crédito de 100 dúzias de chapéus de palha para que seu filho desse os primeiros passos em direção ao seu sonho. Sendo o crédito autorizado ficou combinado que ao retornar da viagem pagaria o débito com a empresa. No dia seguinte, e esta história era contada pelo próprio, seu pai o chamou, encilhou uma mula para montaria e outra para cargueiro, Ernesto montou, sua mãe lhe trouxe um saco com cinco pães, seu pai olhou-o bem nos olhos e disse com seu jeito humilde, que caso não desse certo retornasse para a roça. Então, Ernesto Maximiliano Barichello partiu com duas mulas, cinco pães, 100 dúzias de chapéus, um objetivo definido e onze anos de idade. Aos 21 anos Ernesto construiu sua própria fábrica de chapéus de palha, trazia voluntários de outras localidades para trabalharem em sua fábrica, pois na época todos viviam da agricultura familiar e não havia interesse em trabalhar em uma indústria. Com o passar do tempo Ernesto percebeu que o pequeno município precisava se desenvolver, sendo assim tratou de construir o primeiro posto de combustíveis, a primeira fábrica de massas, a primeira fábrica de óleos, trouxe a agência da Ford Caminhões e quando tudo estava organizado percebeu a necessidade de se ter uma estrutura adequada para a chegada e a saída de pessoas no município, e então construiu a rodoviária. Até sua morte em 1981, Ernesto Maximiliano Barichello preocupou-se com o desenvolvimento do município e da sua população, financiava a criação de novas empresas, muitas delas em plena atividade nos dias de hoje e auxiliava os que desejavam cursar uma universidade, demonstrando já naquela época a importância da educação. Com o passar do tempo as empresas cresceram, os ramos se diversificaram e hoje a BARICHELLO conta com fábricas de utilidades domésticas no Sul e Nodeste do Brasil, sendo uma de talheres aço inox. Em setembro de 2020 houve a decisão de adquirir uma pequena indústria de implementos agrícolas no município de Caxias do Sul/RS, indústria esta que teve sua estrutura ampliada e vem ganhando investimentos para constituição de sua linha de produtos. Aos poucos esta empresa está ganhando forma, com produtos de extrema qualidade, pensados, passando por um rigoroso processo de engenharia e testes práticos, onde o produto final é exatamente o que foi projetado, desempenhando precisamente a função para que foram desenvolvidos.

    Assim sempre foi a Barichello, a 96 anos desenvolvendo indústrias e produtos feitos para durar.